Per conquistare un luogo, una città, un paesaggio, abbiamo bisogno che qualche Virgilio ci introduca, ci accompagni, ci aiuti, altri che come noi e prima di noi abbiano vissuto, interpretato amato quel luogo.
Vittorio Gregotti, Diciassette Lettere sull’architettura

A identificação dos elementos que detêm um valor reconhecido na configuração da identidade local é condição de base para a conceção de uma visão estratégica de potenciamento dos fatores endógenos que possam promover o desenvolvimento sustentável e equilibrado de um determinado território.

A produção de conhecimento deve ser estruturada também no âmbito de uma análise orientada para a identificação da multiplicidade de relações (laços) que cada elemento identificado estabelece com os outros, assim como o papel que tais relações assumem na configuração/ percepção da identidade local. Tal implica estender o foco de atenção de cada elemento aos processos que lhe dizem respeito e às múltiplas implicações que tenha com os outros elementos identitários.

Assim será possível incrementar o número de factores analisados a fim de alimentar o processo de formulação dos problemas, obtendo amplas observações a eles associados e portanto maiores garantias de conseguir concretizar o objectivo fundamental da criação de valor, determinando as condições de resistência ao desaparecimento/ transformação dos valores identitários do território e das condições de sustentabilidade desses valores, enquanto factores decisivos no relacionamento dos indivíduos com o território, dos lugares com a sua paisagem.

A percepção da paisagem como rosto visível de um território, para cada observador – seja ele habitante, estudioso ou visitante ocasional – é resultado da experiência que aquele tenha ao observá-lo, percorrê-lo, a qual depende do seu modo de se relacionar com o mundo que o rodeia e com o ambiente em que habita, seja ele doméstico ou público.

Um estudo orientado para determinar as políticas de garantia de permanência ou de incremento dos valores de um determinado âmbito territorial, confronta-se com a dificuldade de realizar uma leitura dos seus elementos e relações, sem ter em consideração as experiências de quem habita e transforma aqueles lugares.

Partindo da recriação do sentido de lugar para o indivíduo, e da sua leitura e interpretação, enquanto momento imprescindível da dimensão projectual, será possível construir a dimensão “invisível” dos laços que nos ligam a um território, a uma paisagem, a uma cultura imaterial.

Neste sentido uma equipa de estudo do CEAU tem vindo a procurar interpretar as políticas de colonização do território que têm sido aplicadas em Territórios Frágeis, nomeadamente as que procuraram fixar a população aos sítios. O objecto de estudo é então a acção do Estado na construção, remodelação e invenção de lugares com condições para o povoamento.

O objectivo será entender as políticas de povoamento enquanto geradoras de processos socioeconómicos e de formas de ocupação do território e de criação de núcleos familiares para a exploração agrícola (formas de fazer e formas feitas).

Esta linha de investigação enquadrada no Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com coordenação de Rui Braz Afonso e participação do membro colaborador Nuno Bigotte Santos, é desenvolvida desde 2012 num quadro de colaboração internacional que inclui o Instituto Universitario de Urbanistica de Valladolid em Espanha e, em Itália, o Politecnico di Milano, o Departamento de Arquitetura de Pescara e a Universidade de Enna Kore.

Investigadores convidados

Daniela Ladiana
Dipartimento di Architettura dell’Università di Chieti-Pescara

Barbara Bogoni
Scuola AUIC - Architettura Urbanistica e Ingegneria delle Costruzioni del Politecnico di Milano.

Tiziana Basiricò
Università Enna Kore

Luis Santos y Ganges
Instituto Universitario de Urbanistica, Universidad de Valladolid

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