'O que os olhos vêem o coração sente' de Filipa Ferreira
Projeto RiscotudoExposição
'O que os olhos vêem o coração sente' de Filipa Ferreira Projeto RiscotudoExposição
A exposição 'O que os olhos vêem o coração sente' de Filipa Ferreira, arquiteta pela FAUP, poderá ser visitada no Átrio da Biblioteca, de 18 de maio até 30 de junho, no âmbito do projeto Riscotudo com curadoria dos professores da FAUP José Manuel Barbosa e José Maria Lopes.
A inauguração decorre no dia 18 de maio, 5.ª feira, às 18h30.
A mostra, de entrada livre, poderá ser visitada até de 2.ª a 6.ª feira, das 9h00 às 20h00 (encerra aos feriados).
O que os olhos vêem o coração sente
A exposição junta desenhos que se mantiveram comigo e alguns que pedi emprestados. Lembrar-me dos que ofereci e agora me emprestam, traz um duplo sentimento: de agradecimento a quem mos empresta e o reconhecimento do que eles ainda significam para mim – não os perdi.
Todos os desenhos são de observação, registados sobretudo em viagens – de passeio ou de ida para o trabalho e casa. Outros são registos de tempos e caras para recordar.
Uma das razões para eles existirem tem que ver com essa recordação ou memória, para a guardar.
Há uma memória que fica porque o gesto que se fez é físico, e poderá repetir-se em caso de necessidade, por exemplo para explicar algo ou contar uma história. Como um arquivo de gestos que podem ser usados.Há outra memória que fica pelo tempo que se demorou num lugar, e poderá ser revisitada, por exemplo, para recordar esse tempo ou lugar. Como um diário que em vez de palavras tem desenhos, como um mapa de imagens.Fora destes desenhos de observação, o meu trabalho começa no domínio do imaginário.
Ora, os gestos e imagens deste arquivo de desenhos servem-me para poder pensar, ensaiar e explicar algo que ainda não existe. Com este acervo, parto do que existe para o imaginário.Para além de o desenho ser o caminho mais natural que encontrei para me exprimir, ele alimenta o campo das ideias, multiplicando-se seja nos desenhos, seja nas próprias ideias. É assim essencial desenhar para me lembrar e para trabalhar.
A outra razão destes desenhos existirem é porque eles expressam um sentimento, ora de beleza, ora de carinho e amor.
São sempre assim o resultado do que me é oferecido ver, que passa para o sangue e se entranha no corpo.
— Filipa Ferreira
Filipa Ferreira, nasceu no Porto em março de 1989 e é arquiteta pela FAUP. Colabora desde 2014 no gabinete do arquiteto Nuno Valentim, participando como coautora em projetos de diferentes escalas tanto na vertente da reabilitação como na construção de raíz.
Participou nas mostras coletivas 'Drawing in the University Today'”, I2ADS, FBAUP, 2013, e 'A5', Galeria Extéril, Porto, 2018; bem como na exposição individual 'O próximo 'hoje 28 fev'', Estúdio UM, Universidade do Minho, 2014. Desde 2017 integra a equipa da Experiência do Desenho, atividade associada à Open House Porto promovida pelo CEAU-FAUP, que tem como objetivo levar o desenho ao público, oferecendo os desenhos. O seu trabalho criativo fora da profissão inscreve-se na prática de desenho de observação e desenho de viagem. Frequentou os cursos livres de desenho 'desenhar desenhando', FAUP, 2008 a 2010, e 'Desenho de Figura Humana', FBAUP em 2014 e 2015. É, no entanto, fora dos cursos e das salas que procura conhecer mais e oferecer a sua forma de ver.
Projeto Riscotudo
O projeto Riscotudo constitui-se como um Espaço na FAUP destinado a exposições de Desenho localizado no Átrio do Auditório da Biblioteca. Com projeto de José Manuel Barbosa que partilha a curadoria com José Maria Lopes, Riscotudo é "um espaço expositivo onde se apresentam propostas que trabalham os elementos gráficos e plásticos do desenho privilegiando técnicas e concepções estéticas dispares".