Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo

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Docente da FAUP projeta nova sede do BIOPOLIS

24 de março de 2025

O projeto de reabilitação da Quinta do Crasto, sede do projeto BIOPOLIS, é da autoria do arquiteto Nuno Valentim, docente da FAUP, com Marta Pupo, Margarida Carvalho e Rita Novais. A intervenção contou ainda com a colaboração de Marta Figueira, Rita Furtado, Sara Noronha, Nuno Cameira e Adriana Sacramento, enquanto os arranjos exteriores e a componente paisagística ficaram a cargo de Paulo Farinha Marques.

Localizada no Lugar de Crasto, em Vairão, concelho de Vila do Conde, a Quinta de Crasto remonta a meados do século XIX e constitui um conjunto patrimonial representativo da paisagem e arquitetura local, evidenciando ordens de representação social, da casa de lavoura senhorial aos espaços de cariz agrícola.

O projeto de reabilitação teve como princípio a preservação e valorização do carácter patrimonial do conjunto, respeitando a organização espacial, os sistemas construtivos e os elementos decorativos existentes, ao mesmo tempo que incorporou adaptações para responder às atuais exigências de mobilidade, conforto e segurança

A intervenção permitiu a recuperação integral do palacete principal, enquanto os edifícios mais degradados foram alvo de uma reabilitação mais profunda, com substituição parcial de elementos estruturais em madeira. Nos espaços exteriores, a matriz rural foi preservada e adaptada para fomentar a utilização por investigadores.

Com esta requalificação, a Quinta do Crasto passa a acolher a sede do projeto BIOPOLIS, um centro de excelência em investigação na área da biodiversidade e sustentabilidade. As novas instalações incluem o primeiro laboratório nacional de DNA antigo, escritórios e espaços de investigação, serviços administrativos e áreas para empresas incubadoras.

O BIOPOLIS afirma-se como uma estrutura científica de referência internacional dedicada à investigação da biodiversidade, dos ecossistemas e do meio ambiente. Resultado de uma parceria entre o CIBIO da Universidade do Porto, a Universidade de Montpellier e a Porto Business School, o projeto conta com um financiamento de 86 milhões de euros para os primeiros sete anos, o maior orçamento atribuído a um centro de investigação nacional.

Além de estabelecer uma ligação entre a ciência e as empresas, o BIOPOLIS visa capacitar instituições académicas de países em desenvolvimento através da criação de twinlabs e estações biológicas internacionais. A sua atuação inclui também a avaliação e monitorização ambiental, a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, e o estudo de sistemas agroflorestais para proteger a biodiversidade e os solos.

A transformação da Quinta do Crasto numa "Eira Científica" reflete a convergência entre património e ciência, criando um espaço de investigação de ponta inserido num contexto histórico e rural. Com esta iniciativa, o BIOPOLIS pretende afirmar-se como um polo internacional de inovação e conhecimento, promovendo a valorização e transferência de tecnologia na área da biodiversidade e dos recursos genéticos.

A inauguração da nova sede realiza-se no dia 24 de março de 2025, contando com a presença do Primeiro-Ministro, dos ministros da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e do Ambiente e Energia, Maria de Graça Carvalho. Participam ainda neste evento diversos representantes de diversas entidades nacionais e internacionais parceiras deste projeto.